terça-feira, novembro 18, 2014

DEPUTADO ELEITO, JOSÉ ADÉCIO É CONDENADO POR USO DA MÁQUINA PÚBLICA

De deputado reeleito e potencial candidato à Presidência da Assembleia Legislativo em 2014, José Adécio, do DEM, pode agora nem conseguir assumir a cadeira de parlamentar estadual. Isso porque o Diário de Justiça Eletrônico publicou na manhã de hoje a decisão do juiz eleitoral Otto Bismarck Nobre Brenkenfeld, que condenou o democrata à condição de ficha suja por oito anos.
E, detalhe: oito anos a contar da eleição de 2012 e não da data da condenação, conforme o magistrado fez questão de ressaltar na sentença. “Em consonância com o parecer do Ministério Público Eleitoral, julgo procedente o pedido para, declarar a inelegibilidade dos candidatos Neide Suely Muniz Costa e Joaldo Bezerra da Costa, bem como do investigado José Adécio Costa, para as eleições a se realizarem nos 8 anos subsequentes ao pleito municipal de 2012″, afirmou Otto Bismark.
Neide Suely é mulher de José Adécio e teria se beneficiado, junto ao seu vice, Joaldo Bezerra da Costa, da utilização da máquina pública estadual durante o período eleitoral. Como? Por meio de José Adécio, que na época estava na direção da Central de Abastecimento (Ceasa), cargo onde foi acomodado por Rosalba Ciarlini (DEM) após ter sido derrotado na eleição de 2010 para a Assembleia (ficou na condição de suplente e só assumiu com a cassação de Dibson Nasser).
“No caso em liça, ex surge dos fatos concretamente demonstrados através de farto material probatório que o investigado José Adécio Costa, com o inequívoco propósito de beneficiar a candidatura dos investigados Neide Suely Muniz Costa e Joaldo Bezerra da Costa, fez uso de sua posição para agir de modo a influenciar o eleitor, em detrimento da liberdade de voto, utilizando-se da estrutura administrativa do órgão público que presidia à época dos fatos e de empresas terceirizadas para empregar um grande número de eleitores de Pedro Avelino, os quais, como não poderia ser diferente, retribuiria a ‘ajuda’ votando nos candidatos apoiados pelo gestor público”, afirmou o juiz.
Com a cassação de Dibson Nasser, José Adécio assumiu voltou a condição de deputado estadual e até conseguiu se reeleger para a Assembleia Legislativa do RN, apoiando Henrique Alves (PMDB) no primeiro turno e Robinson Faria (PSD) no segundo. Como Robinson venceu a eleição, José Adécio foi levado para a condição de potencial candidato à Presidência da Assembleia.
Agora, com a condenação, José Adécio poderá ter a diplomação questionada na Justiça Eleitoral. O aspecto positivo para o parlamentar reeleito é o fato da condenação ter sido proferida em primeira instância “apenas”. Caso seja confirmada no Tribunal Regional Eleitoral (TER), no entanto, a própria corte poderá determinar o afastamento do deputado (caso ele já tenha assumido na Assembleia), assim como fez com a deputada estadual Larissa Rosado (PSB, quando ela foi condenada em 2013) e com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM, acusada de usar a máquina pública estadual para beneficiar a candidatura da ex-prefeita Cláudia Regina, em Mossoró).
“Ficha limpa”
Diante da notícia de condenação, José Adécio proferiu nota de esclarecimento pregando sua inocência sobre a irregularidade da qual é acusado. “De início é imperioso ressaltar que fui acusado de haver priorizado origens que tenho na Região Central do Estado e na cidade onde fui Prefeito, Pedro Avelino, o que apenas demonstra a lealdade e gratidão que tenho por minha terra e pelas regiões que adotei como berço político, e pelo povo que tem me dado tanta alegria e responsabilidade, tudo dentro da mais absoluta legalidade, sem nunca exigir apoio eleitoral em troca do bem que pude fazer”, afirmou o parlamentar.
Segundo José Adécio, “estranho é que desde que tomei decisões políticas de coerência com as minhas origens e medidas legais para que o Prefeito daquela cidade de Pedro Avelino fosse responsabilizado por fraudes que fez naquela campanha de 2012, que culminaram com sua cassação, eu tenha sido alvo da ira dos que me escolheram não como adversários, como os vejo, mas como inimigo”.
“Sou o que a legislação e a vida pública chamam de ficha limpa, o meu nono mandato (oito como Deputado Estadual e um como Prefeito) conquistado pela soberania popular não está em discussão, não existe nada que possa o macular ou ameaçar, como querem fazer crer aqueles que temem meu trabalho diuturno pelo meu Estado”, garantiu o democrata, acrescentando que “a Justiça eleitoral do meu Estado e do meu País saberão que separado o joio do trigo, sempre estamos do lado deste, o trigo, por mais estreita que seja a porta da honestidade, coerência e espírito público”.
“Com as mãos limpas como ao assumir o primeiro mandato, em 1976, e a coragem democrática de quem luta sempre do lado do seu povo, continuarei a minha trajetória política, sempre voltada para o meu querido Rio Grande do Norte”, garantiu Adécio, finalizando a nota.
Jornal de Hoje