terça-feira, junho 17, 2014

PROSTITUIÇÃO NA COPA: EM NATAL VOCÊ PAGA R$ 30 REAIS POR "SEXO E FORRÓ"

Em Natal, a prostituição faz parte de um pacote, em que sexo, drogas e forró saem a partir de R$ 30, na Rua Manoel Augusto Bezerra de Araújo, conhecida como Rua do Salsa, em Ponta Negra. Na última quinta-feira, a reportagem esteve no local e presenciou meninas de 18 a 20 anos se oferecendo para torcedores estrangeiros por R$ 10.
Além da bola rolando em campo, as cidades-sede da Copa do Mundo estão assistindo a uma outra disputa: a de prostitutas por clientes estrangeiros. O assédio de garotas de programa a visitantes aumentou durante o Mundial, e tradicionais pontos de encontro estão recebendo novas levas de jovens que trabalham no mercado do sexo. Uma pesquisa do Observatório da Prostituição, que reúne pesquisadores de Brasil, Canadá, EUA e Itália, mostrou que muitas profissionais do Rio têm deixado os locais onde trabalham, nos subúrbios, deslocando-se para 20 pontos, a maioria em Copacabana e Ipanema, onde há maior presença de estrangeiros.
Na Vila Mimosa, outro tradicional local de prostituição, o movimento tem sido fraco. O mercado de luxo, no entanto, estaria próspero. A reportagem ouviu um estrangeiro que frequenta boates e, segundo ele, algumas profissionais estão recebendo propostas para passarem até três semanas com delegações estrangeiras na Região dos Lagos e na Costa Verde. O preço desses programas chega a R$ 30 mil. Nos sites de garotas de programa, a Copa do Mundo também alterou os preços. A paulista Camille Viana, de 24 anos, que trabalha na Barra, conta que, durante os jogos, criou uma tabela: brasileiros pagam R$ 300 por uma hora e meia em sua companhia, enquanto estrangeiros, R$ 500.
E nem sempre as negociações incluem sexo:
“Tenho atendido muitos italianos e espanhóis que parecem estar bastante carentes. Um grupo de italianos, por exemplo, chamou cinco meninas para uma suíte de um hotel cinco estrelas na Barra para assistirem juntos a Brasil x Croácia. Sem rolar nada”.
Nas termas do Rio, o movimento é grande. No Jardim Botânico, uma delas oferece meninas vestidas com biquínis do Brasil. Em Ipanema, o funcionário de outro estabelecimento diz que o movimento tem sido intenso:
“Isso aqui está enchendo todos os dias. Às 17h, já tem estrangeiro de tudo quanto é canto”.
O Globo