sexta-feira, dezembro 16, 2011

PECADOS DO CRESCIMENTO EM MOSSORÓ

Os números são do IBGE, órgão de credibilidade que inspirou a revista Veja a fazer matérias que em Mossoró se tornaram motivos de oba-oba. Mossoró, a segunda maior cidade do RN, é um exemplo de disparidade. Cumpre a obrigação de ser a segunda colocada em PIB (Produto Interno Bruto) e despenca para a décima colocação quando o assunto é a distribuição de renda. Isso mostra que o município cresce sem se desenvolver. Infelizmente esse debate é distorcido na mídia pela influência política que existe nos órgãos de comunicação. Assim temos análises maniqueístas que não vão à raiz do problema. A distribuição de renda em Mossoró é falha, em minha opinião, por seguir uma tendência nacional em que quanto maior a cidade maior o volume de desigualdade. Veja o caso de Natal. A capital lidera o ranking do PIB, mas é apenas a sétima colocada na distribuição de renda no Rio Grande do Norte. As barreiras da desigualdade social só se rompem com educação e emprego. A primeira se resolve com um trabalho a longo prazo, a segunda depende da qualificação profissional. 
SEM QUALIFICAÇÃO NÃO HÁ INCLUSÃOEm Mossoró, vemos pouco investimento em qualificação. Os recursos não chegam a 1% do se gasta com festas. Resultado: o crescimento faz com que sejam gerados empregos que exigem profissionais qualificados e estes são importados de outras cidades. Mossoró é uma cidade de oportunidades para quem migra para cá com qualificação, mas não fatia o bolo do crescimento para os filhos da terra. É justamente isso que aumenta a exclusão social. A consequência é a criminalidade. Dar oportunidades aos mais humildes traz mobilidade social. Falta isso no atual modelo administrativo de Mossoró.
ANALFABETISMO
Na educação o trabalho segue dentro do convencionalismo das outras áreas da administração municipal. Quer um exemplo: Mossoró não consta na lista dos municípios que mais diminuíram o analfabetismo e tem uma taxa de 13%, a terceira menor do RN (reconheça-se), mas bem abaixo de Natal e Parnamirim e Natal que têm 8 e 8,3%. Ter 13% de taxa de analfabetismo é um número muito alto.
ANALFABETISMO 2
Significa que a cada grupo de 10 pessoas pelo menos uma tem a mesma sensação que o leitor tem ao ver o alfabeto japonês, apenas para fazer a menção a uma nação exemplo de educação de qualidade.
ARTÍFICE
O advogado Paulo Linhares tentou desqualificar com ironia a notícia publicada nesta coluna no último domingo em que ele foi apresentado à população como o "artífice do racha" da oposição. Para desmerecer a notícia, que procede, ele disse que quando era jovem se comprotava como o "artífice das rachas". A jocosidade não passou de uma brincadeira de mau gosto e desrespeitosa com as mulheres. Melhor ter optado pelo silêncio.
IGNORADO
A mídia tradicional do eixo Rio/São Paulo/Brasília tem ignorado o livro "A Privataria Tucano". Não vi repercussão à altura da nitroglicerina da obra do jornalista Amaury Ribeiro Júnior que investigou a onda de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Não sou daquele que embarca na onda "imprensa golpista" alardeada pelos petistas, mas é claro o tratamento diferenciado. Se é para ser implacável que seja com todos e não apenas com alguns.
PADRE ELESBÃO
Não aguento mais escutar o radialista Edmundo Torres dizer no Observador Político e no FM Sete Horas que os moradores da rua Padre Elesbão clamam por atenção da Caern. Se trabalhasse na estatal das águas e dos esgotos já teria assinado o último capítulo dessa novela. Pelo visto esse pessoal não escuta rádio. Edmundo, continue batendo na tecla até que alguém crie vergonha e resolva esse problema que se arrasta há meses.
INSATISFEITOS
O povo de Natal segue nada satisfeito com os governantes. Em pesquisa do instituto Perfil, divulgada ontem, constatou-se que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) é desaprovada por 59,9% da população. A prefeita Micarla de Sousa (PV) chega a estratosféricos 89,71% de rejeição. Já na corrida pelo Palácio Felipe Camarão, Carlos Eduardo (PDT) segue com folga. Tem 42,20% das intenções de voto, o triplo dos 14,98% da ex-governadora Wilma de Faria (PSB), a segunda colocada.

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