quinta-feira, janeiro 08, 2015

FALHA NO SINAL DE TELEFONIA OBRIGA PASSAGEIROS A PAGAR SERVIÇOS APENAS EM 'DINHEIRO VIVO'

Foto: José Aldenir
Foto: José Aldenir
Carolina Souza
acw.souza@gmail.com
Quem desembarca no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, pode contratar serviços de táxi, receptivo ou aluguel de carros através dos guichês instalados na área de desembarque do terminal. Ao desembarcar, o passageiro escolhe o serviço desejado, paga e recebe um ticket para uso seguinte.
Entretanto, segundo informações colhidas pelo O JORNAL DE HOJE, alguns desses serviços precisam ser pagos em dinheiro, tendo em vista que a parte interna do terminal de passageiros está com deficiência na rede de telefonia celular e, por isso, não estaria com as máquinas de cartão de crédito em funcionamento.
Tal situação estaria gerando desconforto aos passageiros que chegam ao Rio Grande do Norte sem estarem com ‘dinheiro vivo’ disponível. Esse problema se torna ainda mais grave porque o Aeroporto não dispõe de serviços bancários para atender a demanda diária de passageiros. Quem precisa sacar dinheiro, por exemplo, só irá contar com dois caixas eletrônicos do Banco 24h, instalados no setor de embarque, no primeiro andar do terminal.
Algumas críticas sobre essa deficiência de serviços podem ser vistas nas redes sociais. O empresário Jean-Paul Prates, suplente de senador, foi um dos que comentou a situação em seu perfil pessoal de uma rede social. “Acho absurdo um aeroporto internacional cujos guichês de receptivo e táxis não conseguem aceitar crédito porque não têm sinal de celular”, comentou.
A reportagem d’O JORNAL DE HOJE foi até o Aeroporto Aluízio Alves na manhã desta quarta-feira (7) para verificar se o problema existe. Ao se dirigir ao guichê da COOPCON (Cooperativa dos condutores de taxi de São Gonçalo do Amarante), que opera no Aeroporto, a segurança do terminal não permitiu que a reportagem chegasse ao seu objetivo. O mesmo acesso foi negado para os guichês de receptivo e de aluguel de carros.
Na área externa do terminal, já próximo ao estacionamento, o taxista credenciado Valter Wiliam, que estava à espera de passageiros, confirmou que a falha no serviço de telefonia existe. “Em nossos carros, as máquinas para uso de cartão de crédito estão funcionando normalmente. Mas lá dentro do terminal o serviço não funciona”, comentou.
Valter informou que 80% da frota da Cooperativa de Táxi que opera no Aeroporto possui máquina dentro do veículo. “Mesmo que o passageiro não consiga pagar no box da Cooperativa, ele pode passar o cartão na máquina que fica com o motorista. Pelo menos, no que diz respeito ao serviço de táxis, nós estamos conseguindo lidar com o problema”, informou.
A reportagem conseguiu contato com o presidente da COOPCON, José de Anchieta Martins, por telefone. No contato, ele informou que a Cooperativa teve que adotar o plano ‘B’ para não perder a clientela.
“Temos sempre que trabalhar com o plano B. Como o pagamento das passagens com cartão não está funcionando direito no guichê, nós orientamos os motoristas a adquirir as máquinas e usá-las no próprio carro. Quando o passageiro chega, um funcionário nosso encaminha ele até o carro”, afirmou.
“A dificuldade dentro do aeroporto existe. O sinal de telefonia é muito ruim. A administração chegou a informar que está em contato com as operadoras telefônicas, para que possam instalar antenas mais potentes aqui”, disse. Questionado se ele sabe como estão os serviços nos receptivos e locadora de carros, José de Anchieta disse não saber informar.
“Já ouvi algumas reclamações, mas não sei dizer exatamente como está sendo resolvido o problema com eles”, declarou. O JH fez contato com a assessoria de imprensa do Aeroporto Aluízio Alves, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno sobre como está sendo resolvido o problema.
Estacionamento e diária estão com novos preços
A tabela de preços do estacionamento do Aeroporto Aluízio Alves ficou mais cara. A hora cobrada pelo estacionamento passou de R$ 8 para R$ 10 e uma diária de R$ 34 para R$ 36. Segundo funcionários do terminal, o reajuste foi dado na semana passada. O tempo de tolerância para entrada e saída do veículo sem custo permaneceu o mesmo: 20 minutos.
Ainda de acordo com a tabela fixada no terminal, por duas diárias serão cobrados agora R$ 60,00 e três diárias do carro, R$ 84,00. Da quarta diária a diante, o valor do estacionamento fica R$ 120,00 – preço válido por até um mês.
Usuários precisam pegar até três ônibus para chegar ao Aeroporto
Aqueles que optarem ir ao Aeroporto Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, utilizando transporte público, precisam de muita paciência e disposição. Em alguns pontos da capital potiguar, o usuário pode precisar pegar até três ônibus para chegar ao novo terminal de passageiros do Estado. Ao precisar de mais de uma condução, o usuário ainda pode ter os compromissos comprometidos por causa da espera, vinculada à demora dos veículos
Segundo consta no site do Aeroporto, a empresa Trampolim da Vitória é a responsável pelo transporte coletivo intermunicipal de passageiros entre Natal, as cidades de Parnamirim, Macaíba e São Gonçalo do Amarante até o novo Aeroporto.
Para isso, são disponibilizadas apenas duas linhas para os itinerários: a Linha R, que vai de São Gonçalo do Amarante (Terminal) a Natal (Shopping Midway Mall), fazendo interligação com as linhas A, B, G, I, J, M, S, T, U, W, F; e a Linha S, que vai de São Gonçalo (Terminal) a Natal (Rio Branco), fazendo interligação com as linhas A, B, D, E, G, I, J, T, U, R, F, W.
Nos dias da semana, a Linha R roda com quatro veículos e a Linha S com seis. Nos sábados, elas andam com três e cinco veículos, respectivamente, e nos domingos ambas as linhas com apenas dois.
Roque Eduardo, que foi ao aeroporto na manhã de hoje (7), contou que teve que pegar três conduções, partindo do bairro de onde mora, para chegar na hora do seu compromisso. “Fiz o trajeto da minha casa, em Capim Macio, até o shopping Via Direta; do shopping ao terminal de São Gonçalo do Amarante e de São Gonçalo ao Aeroporto. Levei mais de 1h20 para chegar aqui”, contou.
Na volta, a espera pelo novo trajeto parece ser ainda mais sofrida. “Fazem uns 20 minutos que estou esperando o ônibus. Não sabemos de que horas passa e temos que ficar aqui, de baixo do sol, sem nenhuma cobertura, a espera do carro. Se eu for atrás de alguma sombra corro o risco de perder o ônibus quando ele passar”, comentou.
Roque ainda comentou sobre a estrutura dos ônibus, que poderiam ser mais confortáveis e seguros. “Os ônibus são muito ruins. Piores que os de Natal. Além do mais, o trajeto que eles fazem, por dentro de bairros, nem sempre é seguro. É um risco a mais que corremos”, disse.
A reportagem d’O JORNAL DE HOJE entrou em contato com a central de atendimento da Trampolim da Vitória, mas o atendente não soube informar se há possibilidade de aumento da frota de ônibus até o aeroporto ou perspectivas de novas linhas. Apesar da Trampolim ser a única empresa responsável pelo transporte coletivo, enquanto a reportagem esteve no aeroporto um veículo da Riograndense passou com passageiros.
Jornal de Hoje