segunda-feira, setembro 01, 2014

PROCURE OUTRO: ADVOGADO DIZ QUE NÃO VAI DEFENDER JOVEM QUE OFENDEU ARANHA

Depois de dar entrevista como advogado de Patrícia Moreira, jovem gaúcha flagrada pelas câmeras da ESPN Brasil fritando “Ma-ca-co!” e ofendendo o goleiro Aranha, Guilherme Abrão mandou as atendentes do escritório onde atua em Porto Alegre negarem que ele topou a causa.
“O Dr. Guilherme foi consultado pelos parentes da Patrícia, mas não foi contratado. Ele não vai atuar no caso por razões pessoais”, disse uma das atendentes.
Na manhã desta segunda-feira, a própria Patrícia Moreira, ao lado de dois parantes, foi ao escritório de advocacia em Porto Alegre. Segundo informações dadas pelo próprio Dr. Abrão ao site Globo.com, a torcedora do Grêmio estaria disposta a pedir desculpas.
“Ela quer fazer um pedido de desculpas ao Aranha. Ela também quer pedir desculpas ao Grêmio e aos torcedores pelo xingamento, que foi infeliz, num momento de pressão do jogo. Aquilo aconteceu no calor do jogo, ela não é uma pessoa racista”, disse Guilherme Abrão ao portal.
Na última quinta-feira, na Arena do Grêmio, torcedores gremistas imitaram macacos e desferiram palavras de conteúdo racista contra o goleiro Aranha. As imagens da televisão mostra Patrícia em close. Além dela, outros torcedores tricolores foram flagrados. Entre eles, alguns afro-descendentes.
Desde a madrugada de sexta-feira, Patrícia não voltou para casa. Os pais também deixaram a residência temendo represálias. Afinal, assim que o jogo terminou, as páginas da jovem gaúcha nas mídias sociais, foram invadidas por ofensas, o que a obrigou a tirar seus perfis do ar. Ao advogado, Patrícia garantiu não ser racista e disse que fez o que fez sem pensar, movida pela paixão. O Grêmio perdeu o jogo por 2 a 0 e pode sofrer forte punição por causa da atitude dela e de outros apaixonados.
Ela contou também que parentes dela, como uma prima adolescente, não pode sequer ir à escola porque sofreu ameaças. A casa dela, onde mora com os pais, foi apedrejada. Além disso, ela foi afastada do emprego que tem na Brigada Militar.
Patrícia deve se apresentar para depor até quarta-feira. O delagado Herbert Mopura Ferreira, da 4ª Delegacia, disse ter a identificação de outros torcedores que cometeram atos de racismo no estádio. São fotos e um vídeo.
Terra