Jornal "O Mossoroense" - Desde 1998, quando foi instituída a reeleição no Brasil, é assim: quem foi eleito quatro anos antes disputa a reeleição e vence. Já o vice que assume faltando seis meses para o pleito sempre é derrotado pelo candidato da oposição.
Em 2014, a lógica pode ser modificada. É que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) é a gestora estadual mais rejeitada da história do Rio Grande do Norte.
A única governadora do DEM sonha com a reeleição, mas está inviável em três aspectos: 1) jurídico: ela se encontra inelegível em virtude do seu comportamento nas eleições de 2012, em que utilizou a máquina estadual em favor de Cláudia Regina (DEM); 2) eleitoralmente: em nenhuma das pesquisas de intenção de voto divulgadas ano passado, ela sempre apareceu com menos de dois dígitos e sempre é a última entre os principais candidatos; 3) politicamente: a governadora está isolada até mesmo dentro do próprio partido. Não tem a simpatia de nenhuma das principais lideranças.
C
om esse quadro Rosalba pavimenta o caminho para ser a primeira governadora com direito à reeleição a não exercer o direito de disputar a reeleição.
O primeiro a disputar a reeleição foi Garibaldi Filho, em 1998. Numa disputa polarizada com José Agripino (PFL), ele se tornou o primeiro governador reeleito da história do Rio Grande do Norte.
Quatro anos depois, Garibaldi deu lugar ao vice-governador Fernando Freire (PPB), que tentou a reeleição e terminou derrotado por Wilma de Faria (PSB), que em 2006 foi reeleita, derrotando Garibaldi.
Em 2010, Wilma repetiu o comportamento de Garibaldi Filho e se desincompatibilizou do Governo para tentar uma vaga no Senado.
No lugar de Wilma assumiu Iberê Ferreira (PSB), que tentou a reeleição e foi derrotado por Rosalba Ciarlini no primeiro turno.
Fazia 12 anos que uma eleição para o Governo do Estado não era definida no primeiro turno. A última foi justamente na primeira reeleição em 1998, quando Garibaldi derrotou Agripino.
Agora é Agripino quem quer levar o DEM, que não elegia governador no RN desde 1990 (quando o próprio Agripino foi eleito derrotando Lavoisier Maia), a abrir mão de disputar a reeleição para apoiar o PMDB de Henrique Alves, primo de Garibaldi.
Resultados de eleições desde 1998
1998
Garibaldi Filho (PMDB) 560.682 (50,17%)
José Agripino (DEM) 462.177 (41,35%)
Manu (PT) 75.164 (6,72%)
Roberto Ronconi (PSN) 6.538 (0,58%)
Marcônio Cruz (PSC) 4.865 (0,43%)
Dário Barbosa (PSTU) 8.124 (0,72%)
2002
Wilma de Faria (PSB) 492.756 (37,59%)
Fernando Freire (PPB) 404.865 (30,88)
Fernando Bezerra (PTB) 261.225 (19,93)
Ruy Pereira (PT) 147.380 (11,24)
Sônia Godeiro (PSTU) 2.392 (0,18)
Marcônio Cruz (PSC) 1.498 (0,11)
Roberto Ronconi (PSDC) 614 (0,04)
Segundo turno
Wilma de Faria (PSB) 820.541 (61,04%)
Fernando Freire (PPB) 523.614 (38,96%)
2006
Wilma de Faria (PSB) 764.016 (49,57%)
Garibaldi Filho (PMDB) 749.003 (48,60%)
Sandro Pimentel (PSOL) 14.172 (00,92%)
José Geraldo Forte (PSL) 5.907 (00,38%)
Xêque Humberto (PTC) 5.582 (00,36%)
Zé Bezerra (PCB) 2.470 (00,16%)
Segundo turno
Wilma de Faria (PSB) 824.101 (52,38%)
Garibaldi Filho (PMDB) 749.172 (47,62%)
2010
Rosalba Ciarlini (DEM) 813.813 (52,46%)
Iberê Ferreira (PSB) 562.256 (36,25%)
Carlos Eduardo (PDT) 160.828 (10,37%)
Sandro Pimentel (PSOL) 10.520 (0,68%)
Camarada Leto (PCB) 2.078 (0,13%)
Bartô Moreira (PRTB) 1.746 (0,11%)
Bruno Barreto
Editor de Política