terça-feira, março 27, 2018

VAMOS ENCONTRAR VIDA FORA DA TERRA AINDA NESTE SÉCULO, DIZ ASTRÔNOMA


ASTRÔNOMA JILL TARTER, DO SETI (FOTO: SETI)

Procurar por um peixe no oceano retirando um copo d’água”: é assim que a astrônoma norte-americana Jill Tarter vê os atuais esforços da humanidade na busca por vida extraterrestre. Ex-diretora do projeto SETI (sigla em inglês para “Busca por Inteligência Extraterrestre”), considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista TIME em 2004, e inspiração para a personagem de Jodie Foster no filme Contato, ela foi uma das convidadas para um ciclo de palestras promovido pelo Instituto de Tecnologia da Flórida, segundo o jornal Florida Today.

“Nossa estrela, o Sol, é apenas uma das 400 bilhões de outras estrelas da galáxia da Via Láctea”, disse Tarter à platéia na tarde do último dia 24 de março. “E a nossa galáxia é apenas uma entre cerca de 200 bilhões de outras galáxias no universo observável”.

Saber a dificuldade, porém, não afasta o otimismo de Tarter. Depois de ajudar a desenvolver o Allen Telescope Array, um interferômetro que utiliza distorções em ondas de rádio para medir distâncias e ângulos do objetos espaciais, agora, aos 75 anos, planeja uma campanha para levantar fundos para o aprimoramento da ferramenta. “Nós desenhamos uma segunda geração de receptores fantásticos que vão o tornar muito mais sensível”, contou.



O TRABALHO DE JILL TARTER SERVIU DE INSPIRAÇÃO PARA A PERSONAGEM DE JODIE FOSTER, NO FILME “CONTATO”, DE 1997. (FOTO: REPRODUÇÃO)

Outro motivo de ânimo de Tarter é uma nova iniciativa, o “SETI Laser”. “Nós vamos construir uma série de 96 câmeras, espalhadas por 12 lugares ao redor do globo, trabalhando com ótica e infravermelho”, explica. “Nós vamos, literalmente, poder olhar para o céu o tempo todo para ver se há algum flash de luz. Para ver algum outro fenômeno, como rajadas rápidas de rádio, nós temos o componente óptico. Estou muito animada com isso.”

Com tantas novidades, e outras tantas que estão por surgir, ela acredita que vamos encontrar vida fora da Terra antes do final do século. “Nós podemos descobrir. Encontrar um biomarcador em planetas e luas do nosso Sistema Solar ou localizar artefatos conforme o exploramos”, conta Tarter. “Ou, talvez, nós poderemos detectar o produto do trabalho tecnológico de civilizações.”