quinta-feira, setembro 11, 2014

MARINA: 'PT COLOCOU DIRETOR PARA ASSALTAR COFRES DA PETROBRAS'

Alvo principal dos ataques do PT da presidente-candidata Dilma Rousseff, a presidenciável do PSB, Marina Silva, deu sequência nesta quinta-feira ao fogo-cruzado com a adversária: em referência ao megaescândalo de corrupção instalado na Petrobras – detalhado à Polícia Federal por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal -, afirmou: “Os partidos perderam o vínculo com a sociedade. Não consigo imaginar que as pessoas possam confiar em um partido que coloca por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras. É isso que estão reivindicando? Que eu faça do mesmo jeito? Espero que pessoas virtuosas possam renovar seus partidos para que voltem a se interessar pelo que de fato são as demandas das pessoas. Hoje criamos uma anomalia no Brasil que é a classe politica”. Marina participou nesta quinta de sabatina promovida pelo jornal O Globo. A declaração se deu quando ela foi questionada sobre como governaria com o discurso de buscar as “melhores pessoas” e não negociar com partidos.
A presidenciável afirmou que os ataques petistas e as insinuações de que pretende desacelerar os investimentos do petróleo na camada pré-sal, um tema caro ao Estado do Rio de Janeiro, são uma ‘cortina de fumaça’ lançada pelo PT em meio à revelação dos desmandos na Petrobras. “Vamos explorar recursos do pré-sal e utilizar o dinheiro para investir de fato em saúde e educação. É preciso entender que o que está ameaçando o pré-sal é exatamente o que está sendo feito com a Petrobras. Existe uma cortina de fumaça lançada para desviar o debate. O Brasil tem de entender que a exploração de riquezas naturais é uma safra que só dá uma vez e que precisa ser bem utilizada e não drenada pela corrupção, como a gente vê dentro da Petrobras”, afirmou.
Marina voltou a se dizer vítima de boatos espalhados pelo PT e pelo PSDB sobre como agiria no poder. “É um batalhão de Golias contra David, em artilharia pesada de dois partidos que se uniram temporariamente para fazer artilharia pesada. Cada um espalhando boatos”, afirmou.
A presidenciável respondeu genericamente a diversas perguntas, especialmente ao questionamento sobre a verdadeira história da contratação e propriedade da aeronave que caiu no mês passado, matando o então cabeça de chapa Eduardo Campos. A Polícia Federal investiga possível crime eleitoral no uso do jato, e apura quem era o verdadeiro dono da aeronave. Há suspeitas de que a aquisição tenha sido feita por intermédio de laranjas. “Não temos como esclarecer o que é responsabilidade dos empresários. Eduardo buscou o serviço, fez pagamento na forma legal e as investigações estão sendo feitas”, afirmou.
Ela também defendeu Campos contra a acusação, feita pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, de que ele estaria envolvido no balcão de negócios instalado na Petrobras. “Doa a quem doer. Nós queremos a verdade, porque a simples citação não é suficiente. Vi Eduardo ligando para o secretário do seu partido, pedindo para senadores assinarem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Sou testemunha disso. Ele queria CPI (para investigar a Petrobras)”, afirmou.
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