quinta-feira, abril 18, 2013

ROGÉRIO CENI PISOU NO MURUMBI PARA FAZER HISTÓRIA. RONALDINHO GAÚCHO PARA SE DIVERTIR . SÃO PAULO 2 A 0 NO ATLÉTICO - MG. CLASSIFICAÇÃO HISTÓRICA. E A DEMONSTRAÇÃO DE QUE O TIME DE NEY FRANCO TEM SANGUE QUENTE NA VEIA. QUE VENHA O MATA-MATA...


"Nós temos é de nos divertir.


O jogo não vale nada para nós.
Temos é de brincar.
Estamos classificados."
"Nós colocamos a alma no coração.
Tínhamos de ganhar e mostramos a nossa força.
Eu tenho de estar feliz porque esse é o último ano da minha carreira.
Não queria sair da minha última Libertadores eliminado na primeira fase.
Joguei com dores, fiz tratamento por três períodos.
Quando ganha vale o sacrifício.
Se perde, sou fominha.
Mas tinha de jogar.
Ganhamos graças a força de 50 mil são paulinos que abraçaram o time.
E também ao meu camisa 8, o Ganso.
Ele jogou para caralho."
A explicação para a vitória do São Paulo diante do Atlético Mineiro é fácil.
Basta comparar as declarações.
A primeira foi de Ronaldinho Gaúcho no intervalo da partida.
A segunda, de Rogério Ceni, ao final do jogo.
O São Paulo de Ney Franco mostrou o que se duvidava.
Tem sangue na veia e nos olhos.
O time se desdobrou no Morumbi, guerreou.
Esqueceu a soberba, a insegurança.
Jogou com raiva de quem era e merecia ser desacreditado.
Havia feito apenas quatro pontos em cinco partidas.
Enfrentava o time de melhor campanha na Libertadores.
O único que havia vencido seus cinco jogos.
E não teria Jadson, seu melhor jogador.
Além da ausência de sempre, Luís Fabiano.
Precisava vencer e torcer pelo Arsenal contra o Strongest.
Ney Franco tratou de colocar o seu time para comer grama.
O São Paulo entrou em campo para impedir o Atlético de respirar.
O técnico sabia que também estava jogando sua sobrevivência.
Até ontem, o time era a grande decepção da Libertadores.
Com destaque para a maior contratação entre clubes brasileiros.
Paulo Henrique Ganso, homem de R$ 23,9 milhões.
Caberia a ele armar o time, sem Jadson.
Ney tratou de apostar no tradicional 4-2-3-1
Deixou Ganso centralizado.
Com Douglas aberto pela direita, Osvaldo pela esquerda.
E Aloísio mais à frente.
Cuca perdeu Tardelli na última hora, com um edema.
E colocou o Atlético Mineiro sem três atacantes, com Serginho no meio.
Um volante, para tentar tirar o espaço de Osvaldo.
Sem Bernard, contundido, entrou o intimidado Luan.
Ronaldinho Gaúcho entrou para jogar fiel à sua filosofia.

Pensou que iria se divertir, brincar.
Ney Franco mandou Wellington grudar no meia.
Desta vez o volante não teve o respeito exagerado no Independência.
Chegou com vontade na grande estrela mineira.
Inclusive com força nas divididas.
Honrou a camisa de volante titular do São Paulo.
Empurrados pela torcida e por Ney Franco, os jogadores se superaram.
Marcaram com raiva a saída de bola mineira.
Cortaram pela raiz o nascedouro da melhor troca de bola da Libertadores.
O Atlético sentiu falta demais de Júnior César pela esquerda.
Richarlyson não tem o mesmo poder de marcação de anos atrás.
E nem força ofensiva.
O São Paulo pressionou no primeiro tempo com muita vontade.
Mas faltou efetividade.
Pierre e Leandro Donizete cercavam Ganso.
O meia estava diferente em campo, correndo, vibrando.
Ainda estava longe do jogador que se consagrou no Santos.
Mas pelo menos não era o mesmo apático de sangue frio.
Queria não só vencer o jogo, mas jogar bem.
Merecer respeito.
O São Paulo conseguiu encurralar o rival na sua área.
Mas não criou chances de gol.
Ficou só a vibração no primeiro tempo.
Para o segundo, Ney Franco fez uma mudança inteligente.
E que iria decidir a partida.
Fixou Osvaldo na direita.
Levou Douglas para a esquerda.
Cuca tentou colocar Alecsandro no lugar do improdutivo Luan.
Jô passou a ter companheiro.
Mas a bola não chegaria até eles.
O São Paulo voltou mais objetivo, percebendo que a vitória era mais que possível.
E ela saiu dos pés de Osvaldo.
O atacante lançou o trombador Aloísio.
Ele entrou livre, por trás da zaga.
Leonardo Silva não teve outro recurso.
A não ser derrubá-lo.
Pênalti para o São Paulo.
Rogério Ceni iria bater.
"Foi Deus quem me levou até a bola.
Ele sabia tudo o que sofri para estar no jogo.
E quem me deu forçar para marcar."
O goleiro cobrou no canto esquerdo de Victor.
Fez o gol e se ajoelho agradecendo.
Foi seu 14º gol na Libertadores.
Ele sabia o quanto significava o gol no jogo, na sua carreira.
É disparado o maior artilheiro do São Paulo na competição.
Vencendo por 1 a 0, aos 11 minutos, o São Paulo fez o Atlético se abrir.
Os mineiros tinham de partir para o empate.
E tentar eliminar o rival brasileiro.
Com espaço, livre de Pierre e Leandro Donizete, foi a vez de Ganso aparecer.
Seus toques secos, inteligentes voltaram do passado.
E foi graças a um deles que veio o segundo gol.
Ele descobriu Osvaldo livre, nas costas de Richarlyson.
O atacante cruzou para Ademílson, livre, fazer 2 a 0.
O gol aos 36 minutos matou a partida.
Enquanto isso, o Arsenal garantia a noite perfeita.
Vencia o Strongest por 2 a 1.
O São Paulo com coração e raiva se classificou às oitavas da Libertadores.
Seu primeiro adversário no mata-mata será o próprio Atlético Mineiro.
O time de melhor campanha enfrentar o classificado com a pior.
Serão dois jogos.
O primeiro no Morumbi e a decisão no Independência.
O que aconteceu ontem deixou algumas lições.
Há sangue quente nas veias dos jogadores do São Paulo.
E jogando de maneira compacta, vibrante, com raiva, esse time pode ir longe.
A outra é que Cuca já viu que não pode fraquejar.
Se Ronaldinho Gaúcho entrou em campo para se divertir a culpa é do treinador.
De sua falta de orientação.
Uma vitória garantiria a eliminação de um grande rival brasileiro.
E não enfrentá-lo logo no primeiro mata-mata.
O treinador tem a síndrome de falhar nos jogos decisivos.
Ontem foi de assustar o fraco futebol atleticano.
Mesmo com todos os desfalques.
A decisão por uma vaga entre São Paulo e Atlético será de arrepiar.
A prévia do Morumbi foi totalmente favorável aos paulistas.
Time que já ganhou a competição três vezes contra a virgindade mineira.
"Nós merecemos todas as críticas que recebemos no início da Libertadores.
Mas conseguimos nos impor na hora certa.
Nos classificamos.
E começaremos tudo do zero nesta decisão contra o Atlético.
Quando ninguém acreditava.
Mas o São Paulo tem uma ligação especial com a Libertadores.
E esta aí.
Mostramos nesta vitória de hoje.
Colocamos a alma no coração", resumia empolgado Rogério Ceni.
Sua última Libertadores ainda não acabou.
Para azar do outrora favorito Atlético Mineiro.
A confiança trocou de lado.
O São Paulo renasceu no Morumbi.
Ronaldinho Gaúcho, constrangido, avisava.
"No mata-mata será outra história.
O São Paulo sabe."

Será que sabe?
Fonte: R7.com

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